“Game of Thrones” está de volta e o primeiro episódio da última temporada parece ter duas prioridades conflitantes que afetam direitamente a história desse retorno. Por um lado, vê-se que os roteiristas querem criar um pouco mais de drama entre os personagens antes do começo da guerra, uma opção provavelmente motivada pelas críticas de que o sétimo ano foi corrido demais, e que muita coisa acontece sem muita explicação. Só isso explica cenas arrastadas como, por exemplo, Jon Snow aprendendo a montar um dragão. O outro lado dessa opção narrativa é que, com apenas mais cinco episódios pela frente e uma pressão dos fãs para um “final épico”, a série tenta te lembrar que “ninguém tem tempo para essas besteiras”. Personagem encarnado dessa filosofia, Bran ficou o episódio inteiro encarando pessoas e as lembrando da sua função da história.
Essa dicotomia pode parecer atraente em algum nível, mas acaba, na minha opinião, fazendo com que o roteiro se foque em coisas não tão interessantes assim. Esse episódio faz muito daquilo que se convém esperar de primeiros episódios: muito vaticínio, muitas peças se movendo, nada de concreto acontecendo. Curiosa essa história de analisar episódios com base na sua unicidade, e não no papel inteiro na temporada, principalmente nos nossos tempos de streaming, onde temporadas inteiras estão disponíveis desde o começo. Isso coloca “Game of Thrones”, se formos acreditar na ideia de que o streaming vai engolir tudo, como uma das últimas séries a serem exibidas semanalmente que geram tamanha ansiedade coletiva.
Quem quiser analisar mais profundamente vai ficar feliz em encontrar uma série de referências ao primeiro episódio da série, especialmente com uma série de chegadas e encontros em Winterfell. Há quem também valorize o ‘tempo morto’ do episódio como um todo, algo ‘incomum’ para uma série com tanta coisa para resolver. Infelizmente, só depois da temporada completa é que vamos poder julgar se a decisão foi acertada ou não, mas diria que essa monotonia não agradou muito a este espectador aqui não.
No fim esse me parece ser um texto que também não resolve muita coisa. Vamos seguir acompanhando, mas resultados mais concretos a gente escreve depois de encerrada a série.
filmesguga 